terça-feira, 12 de novembro de 2019

Resenha do Livro Quincas Borba - Machado de Assis


Triste. Essa é a palavra que resume o livro Quincas Borba. Assim como outro livro do autor, Dom Casmurro,  este livro narra as alegrias e tristezas a que uma pessoa estaria sujeira a dois séculos atrás.

A perda, o ganho e daí a perda em triplo. Como a vida prega peças. Amigos amados que somem na hora da necessidade. Amigos não tão amados assim que morrem pela nossa falta.

resenha do livro quincas borba

Ficha Técnica

Autor: Machado de Assis
Editora: Livraria Garnier (segunda edição)
Ano: 1891
Gênero: Ficção
Tamanho: 280p

Resumo

Rubião, amigo fiel de Quincas Borba (o mesmo Filósofo que só fala de "humanitismo" no livro Memórias Póstumas de Brás Cubas) passa maus momentos com seu amigo velhinho e doente.

Antes de morrer Quincas Borba tenta lhe ensinar algo da sua filosofia. Não teve muito sucesso, porém algo conseguiu.

Pois bem, Quincas Borba morre e deixa uma fortuna (no livro Memórias Póstumas de Brás Cubas a origem deste dinheiro é revelada) para o seu amigo Rubião. Com a única condição de que este cuide do seu cachorro de estimação (que leva o mesmo nome do dono).

Acontece que, sabendo da morte, Rubião que não gostava do cachorro, mandou-o como presente à uma amiga.

Quando fica sabendo da herança e da condição protagoniza uma das cenas mais engraçadas do livro. Uma das poucas.

Indo à capital para resolver papeladas da herança o herdeiro conhece o casal Palha e Sofia. Apaixona-se terminantemente pela Sofia. Pronto. Este é o começo da sua desgraça.

Na verdade num primeiro momento o Rubião passa por uma ascensão surpreendente. Ganha muitos amigos, salva criancinha, vive uma vida de marajá. Mas seu amor por Sofia foi tão forte que muito pouco importa.

Até casar o personagem cogita. Sem sucesso. Muito antes que isso pudesse acontecer vem o final trágico.

Nos últimos capítulos os mais fracos choram. A ironia da vida é terrível. Lógico que não vou revelar qual foi o fim trágico, mas já adianto que morte é o de menos.

Frases marcantes

" 'Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno'. E que melhor maneira de ferir o eterno que mofar das suas iras? Eu passo, tu ficas; mas eu não fiz mais que florir e aromar, servi a donas e donzelas, fui letra de amor, ornei a botoeira dos homens, ou expiro no próprio arbusto, e todas as mãos, e todos os olhos me trataram e me viram com admiração e afeto. Tu não, ó eterno; tu zangaste, tu padeces, tu choras, tu afliges-te! A tua eternidade não vale um só dos meus minutos"
"Ao vencedor, as Batatas!" 

Conclusão 

Não recomendo este livro para quem tem algum nível de depressão. Estou falando sério, depressão é gravíssimo e este livro pode piorar o quadro.

Aos demais tenho muito a indicar. Repito o que falei na Resenha de Dom Casmurro: a juventude atual não sabe lidar com a morte, a perda e a tristeza em geral. Este livro também provoca muita reflexão a respeito disso.

Grande parte do livro retratou a ascensão do Rubião, quando começaram a haver problemas sérios, só se foi percebido na última terça parte. E foram muitas desgraças parar acontecer de uma só vez, de forma que ficou tudo muito condensado e pesado. Talvez ai esteja o impacto do livro.

Dessa vez eu não fui feliz com a diagramação da Amazon. Então não vou recomendar que compre o livro digital do site. Embora existam outras versões do mesmo livro um pouco mais caras, que não sei se são melhores. Mas penso que se está no site, a Amazon é responsável pela qualidade; independentemente do preço.

Para baixar uma versão melhor diagramada do livro Quincas Borba em PDF, podes acessar o site da biblioteca nacional. 





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